Transição energética justa: entenda os caminhos que movem a Petrobras!
Energia. Tão importante quanto de onde vem, é pra onde ela vai. Já parou pra pensar nisso? A Petrobras já.
Gravação do episódio “O que é transição energética justa”, para o podcast Nossa Energia.
Em meio ao panorama desafiador de eventos climáticos extremos, nosso trabalho está focado em liderar uma transição energética justa.
Muito se fala sobre a importância de migrarmos para fontes de energia mais sustentáveis, que não sejam derivadas do petróleo, do gás natural e de outras matérias-primas fósseis. A complexidade está no como.
Afinal, quais energias renováveis estão disponíveis para usarmos? Como podemos fazer essa transição de forma justa, em escala global? E o Brasil? Somos realmente um dos países mais avançados em termos de aplicação de uma matriz energética renovável?
Fato cientificamente comprovado é que o mundo está aquecendo. Para deixarmos um planeta que possa ser habitável para as futuras gerações, é fundamental reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Um dos mecanismos para que essa redução se concretize se dá por meio da transição energética. Isso significa que devemos deixar de adotar combustíveis fósseis ou, ao menos, reduzir o consumo, e aumentar, dentro do possível, o consumo de combustíveis renováveis, que não emitem ou que têm baixa emissão de gás carbônico.
O que diz o Acordo de Paris?
O Acordo de Paris chegou a um consenso entre os 194 países signatários de que o mundo não poderia ter um aumento maior do que 1,5 grau Celsius de temperatura, quando comparado às medições do início do período pré-industrial.
A sociedade está, atualmente, chegando perto desse limite. E a ciência nos mostra que estamos na direção correta para evitar isso, mas não na velocidade adequada.
“Daí a importância de políticas públicas que façam o setor privado canalizar seus investimentos, de uma maneira economicamente viável e competitiva, para essas tecnologias de menor intensidade de carbono.”
Clarissa Lins, sócia-fundadora da consultoria de sustentabilidade Catavento
Como fazer uma transição energética?
Para que a redução do consumo de combustíveis fósseis seja viável, existem alguns mecanismos para alcançar a meta de transição energética. Quem explica é Maurício Tolmasquim, Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras.
O primeiro mecanismo é o aumento da produção de energias renováveis, que incluem biocombustíveis (produzidos a partir de óleos vegetais, álcool, cana-de-açúcar) e geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, como a solar e a eólica.
“Dentro dessa perspectiva, a Petrobras está envolvida tanto na produção do diesel renovável, aquele em que estão presentes os óleos vegetais nas bombas de combustível, quanto na produção do bioQAV (destinado à aviação) e do bunker (destinado aos navios).”
Maurício Tolmasquim, Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras
Globalmente, as emissões oriundas da forma como se produz e consome energia respondem por 76% das emissões globais de gases de efeito estufa. No Brasil, esse número é muito menor: por aqui, 74% das emissões provêm do desmatamento, quase integralmente ilegal, e das atividades agrícolas.
“Ainda assim, temos muitos desafios energéticos a serem superados e, por isso, a busca da maximização da eletrificação, em todas as formas como a gente produz e consome energia, é crucial para a sociedade.”
Clarissa Lins, sócia-fundadora da consultoria de sustentabilidade Catavento
Entretanto, nem todos os processos podem passar pela eletrificação, como é o caso das refinarias, indústrias químicas, e transporte de longa distância. Nesse cenário, se faz necessário lançar mão de mais um mecanismo de transição energética: o armazenamento de energia por meio do hidrogênio verde (H2V). O H2V é o último elo que nos permitirá chegar à emissão líquida zero.
CCUS: a chave para garantir a demanda de petróleo com emissões líquidas zero
Maurício Tolmasquim é enfático ao dizer que nós não deixaremos de produzir petróleo, pois, mesmo que se reduza o consumo de energia, ainda serão consumidos 60 milhões de barris por dia.
Nós produzimos no pré-sal um petróleo que emite, em média, metade do carbono que os outros países. Isso graças a nossa tecnologia que está presente no processo de extração. Nesse sentido, o mundo descarbonizado vai utilizar petróleo produzido pelos países que emitem menos e que são competitivos.
Para quem está se perguntando como é possível produzir e ofertar petróleo com emissão líquida zero, as respostas já estão em algumas de nossas tecnologias e iniciativas. Entre elas, estão a CCUS (Carbon Capture, Utilization and Storage), que se refere à captura e ao armazenamento do carbono ainda no subsolo, e também a recuperação de florestas para compensar as emissões de nossas atividades.
“Em 2022, a Petrobras capturou algo em torno de 10,6 milhões de toneladas de carbono, cerca de um quarto do que foi capturado no mundo todo. Isso quer dizer que o mundo com emissão líquida zero é um mundo compatível com algum consumo de petróleo.”
Maurício Tolmasquim, Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras
Como se preparar para o futuro?
De acordo com Maurício Tolmasquim, para além de uma preocupação ética e social, o desafio da transição energética justa e responsável é fator determinante nos investimentos da nossa operação.
Em função de todas as políticas públicas que visam a descarbonização, está havendo, segundo o diretor, a expansão de alguns movimentos nesse sentido. “Na última década, a queda de custo da energia eólica onshore foi de mais de 70%; e da solar fotovoltaica foi em torno de 90%”, assegura.
Ainda de acordo com Maurício, o primeiro cenário é este: há possibilidade de produção de energia elétrica a um custo mais baixo, e essa energia vai ser um elemento importante na redução do consumo de petróleo.
Outro fator a ser observado é que um dos setores que mais consome derivados de petróleo é o transporte. As previsões da Agência Internacional de Energia é que as vendas de veículos carburantes vão cair: hoje, encontramos em torno de 80 milhões de veículos por ano; em 2040, a previsão é que esse número caia para 15 milhões.
A Agência Internacional de Energia traça, ainda, alguns cenários para o futuro, como os países atendendo ao objetivo do Acordo de Paris.
“Nesse sentido, a demanda de petróleo cairá 39%. Por isso, torna-se interessante as empresas petrolíferas já começarem a se preparar para esse mundo que ainda necessitará de petróleo, mas também serem competitivas e emitir menos carbono.”
Maurício Tolmasquim, Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras
O principal desafio do Brasil na transição energética é manter — ou aumentar — a presença de fontes renováveis de energia de maneira competitiva.
De acordo com Clarissa, o Brasil já possui uma matriz energética que está 20 anos à frente da média mundial. “Nossa matriz energética já é 45% renovável. Nossa matriz elétrica é 84% renovável. Então, a gente já está onde o mundo gostaria de estar, mas isso não nos exime do esforço ainda a fazer.”
Transição energética justa é a que não deixa ninguém para trás
Uma transição energética justa é aquela que possibilita que todos possam se beneficiar das novas oportunidades, construindo um amanhã sustentável e promissor para a sociedade. Ou seja: ela deve ser sustentável e segura, mas também acessível a todas as pessoas.
“Não adianta termos uma energia segura e ambientalmente sustentável, de menor emissão de carbono, se ninguém pode pagar por ela. Por outro lado, não adianta termos uma energia que seja acessível a todos e de baixa emissão de carbono, se ela não for segura e puder vir a faltar.”
Clarissa Lins, sócia-fundadora da consultoria de sustentabilidade Catavento
É nesse sentido que estamos comprometidos com uma transição energética justa, que abra caminho para novas oportunidades para a sociedade, com garantia de disponibilidade, acesso e confiabilidade no fornecimento de energia.
Quer saber mais sobre como estamos diversificando nosso portfólio e investindo em novos projetos e tecnologias para liderar a transição energética de forma justa? Assista ao episódio completo do podcast Nossa Energia:
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