Com cada vez mais pessoas e indústrias no planeta, a demanda por energia também está sempre aumentando. Isso significa que precisamos de cada vez mais produtos e alimentos, o que, por sua vez, também exige maior geração de energia elétrica e maior uso de combustíveis.

Como resultado, o consumo de recursos naturais para produzir toda essa energia também tende a crescer rapidamente. Mas algo já está sendo feito para mitigar esse impacto: a busca por soluções que aumentem o aproveitamento da energia gerada, antes de se pensar em produzir mais. Esse conceito é o que chamamos de eficiência energética.

Qual é o conceito de eficiência energética?

Eficiência energética significa consumir menos energia para desempenhar uma atividade, conseguindo, desta forma, ter melhor aproveitamento da energia disponível. Isso é feito a partir da redução de perdas ou desperdício de energia durante a geração e o consumo.

Por exemplo: as lâmpadas de LED, que vieram substituir as incandescentes. Elas usam uma quantidade muito menor de energia para produzir a mesma quantidade de luz e, portanto, são mais eficientes energeticamente.  Nos carros, a eficiência energética é calculada a partir de quantos litros de combustível são gastos para percorrer um quilômetro (ou da quantidade de energia gasta, no caso de carros elétricos).

Junto com a eletrificação e digitalização de processos e as mudanças comportamentais em escala global, o aumento da eficiência energética é um dos pilares da transição energética justa para reduzir os impactos das mudanças climáticas.

Quais são os tipos de eficiência energética?

Não existem tipos, a eficiência energética é uma só. Mas, no Brasil, ela é testada e classificada por diferentes programas. Entre eles, estão.

• Conpet (Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural): mede o gasto de combustível de produtos brasileiros que funcionam à base de derivados de petróleo e gás natural, como fogões e carros. Até poucos anos, o Selo Conpet era gerenciado nacionalmente apenas pela Petrobras.
• Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica): mede o gasto de energia elétrica de eletrodomésticos, como geladeiras e ar-condicionados.

O Procel, por sua vez, conta com um subprograma chamado Procel Edifica, que determina o nível de eficiência energética de construções por meio da Etiqueta PBE Edifica. Essa etiqueta também leva em consideração algumas bonificações, como uso racional de água.

Todos os programas fazem parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) da Inmetro, que existe para informar a eficiência energética de cada produto e incentivar um consumo consciente. Essa classificação é informada em uma etiqueta que já vem colada no produto. Mesmo que não conheça por nome, você já deve ter visto alguma delas por aí:

Se a etiqueta for A, o produto tem uma eficiência energética maior. Assim, você economiza nos gastos e também ajuda a causar menos impactos ao meio ambiente.

Quais são os benefícios da eficiência energética?

De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a eficiência energética é a principal medida para reduzir a demanda global de energia e tornar possível o cenário de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa até 2050 (Net Zero). Já que, com ela, é possível ter um melhor aproveitamento do consumo de energia ao mesmo tempo em que se consome menos recursos naturais.

Entre os principais benefícios da eficiência energética listados pela AIE, estão:

• Redução dos custos relacionados à energia, seja em lares ou em indústrias.
• Diminuição da poluição global.
• Aumento do acesso à energia, principalmente em países emergentes.
• Otimização dos gastos públicos com energia
• Melhora da segurança energética.
• Aumento de produtividade nas indústrias.

Quais são as principais ações que aumentam a eficiência energética?

A estimativa da AIE é que a eficiência energética global aumentou aproximadamente 13% entre 2000 e 2017, mas esse é apenas o início de uma longa jornada. Ainda falando em números, durante o evento COP28, mais de 130 países se comprometeram a duplicar as melhorias em eficiência energética até 2030, e os investimentos para isso aumentaram 45% entre 2020 e 2023.

Veja algumas das ações que já estão sendo realizadas para isso.

Uso de energias renováveis

O uso de energias renováveis é uma das principais alternativas para reduzir o consumo de recursos naturais fósseis, como o petróleo e o carvão mineral. Por isso, podemos dizer que elas são as maiores aliadas da eficiência energética rumo a um mundo mais sustentável. Isso foi reforçado, inclusive, pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), que informou que o aumento da eficiência tem o mesmo potencial de reduzir as emissões de CO2 até 2050 que as energias renováveis.

Combinada a processos de descarbonização, a expansão de renováveis, como a solar e a eólica, é essencial para que o mundo possa gerar energia de maneira eficiente. E a Transpetro, nossa subsidiária logística, já colocou isso em prática, inaugurando a primeira usina solar fotovoltaica capaz de abastecer 100% uma planta industrial do Sistema Petrobras. Já no primeiro mês, a usina vai reduzir em 84% a conta de energia do terminal!

Eletrificação dos processos

Assim como as energias renováveis, fazer com que os processos se tornem elétricos também reduz o consumo de recursos naturais e, consequentemente, os impactos ambientais das operações. Um exemplo bem conhecido são os carros elétricos, que dispensam o uso de combustíveis fósseis, como a gasolina.

Isso gera um ciclo: a eletrificação pode aumentar a eficiência energética, e o aumento da eficiência energética pode viabilizar e impulsionar a eletrificação de diferentes setores da economia.

A eletrificação já está sendo aplicada em várias de nossas operações, e um exemplo disso são nossas plataformas FPSO 100% elétricas, usadas para exploração e produção de petróleo. Com início das operações estimado para 2028, essas plataformas são chamadas de All Electric e têm diversas tecnologias que podem aumentar sua eficiência energética em 20% — na prática, isso significa que serão 20% a menos de gases de efeito estufa emitidos por barril de óleo equivalente produzido.

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Melhora da infraestrutura energética

O investimento em infraestrutura também é importante para aumentar a eficiência energética. Perde-se muita energia no processo de distribuição e transmissão com a infraestrutura atual. Isso não apenas gera custos para as distribuidoras e os consumidores, mas também tem impacto na eficiência energética, já que exige que mais energia seja produzida para suprir a perda. Além disso, quando não se tem uma infraestrutura eficiente, o consumo energético é maior também para o transporte e para a logística, por exemplo.

A infraestrutura ainda cumpre um papel importante na geração e distribuição de energias renováveis, já que elas são intermitentes. Ou seja: sem vento, não há energia eólica; sem sol suficiente, irá faltar energia solar. Por isso, uma boa estrutura é necessária para gerir essas energias e evitar o desperdício, garantindo um melhor aproveitamento.

Investimento em inovações tecnológicas

As inovações tecnológicas também podem ajudar as empresas a tornarem seus processos muito mais eficientes, reduzindo o consumo energético e, em alguns casos, a emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. E elas podem estar presentes onde você menos imagina.

Um exemplo disso pode ser visto aqui na Petrobras: a Transpetro aplica tinta com alta tecnologia para evitar a incrustação nos cascos de seus navios e também usa complexos algoritmos para otimizar rotas. Ambas as tecnologias ajudam a reduzir consideravelmente a quantidade de combustível utilizada.

Já nas nossas refinarias, a otimização de processos fez a eficiência energética bater um recorde histórico em 2023: a quantidade de queima de gás natural e de emissões de CO2 evitadas em nossas unidades foi equivalente à retirada de mais de 88 mil carros movidos à gasolina de circulação! Quer mais um exemplo? Em 2023, seis dos nossos supercomputadores eram os mais ecoeficientes da América Latina! A pesquisa foi feita pelo ranking global da Green 500, que analisa a combinação de alta potência com maior eficiência energética.

A pesquisa e a inovação são pilares importantes, tanto no sentido de encontrar combustíveis alternativos, quanto para reduzir o impacto na emissão de CO2 dos combustíveis. A eletrificação é fundamental, mas deve-se olhar para além dela no conceito de eficiência energética. Estamos caminhando na transição energética para um uso maior de fontes renováveis. Porém, enquanto isso não acontece, é necessário aproveitar melhor a forma como usamos a energia produzida hoje.

Os caminhos para processos mais eficientes são diversos, e estamos investindo fortemente para descobri-los e liderar a jornada da transição energética justa. Quer saber mais sobre como isso será feito?

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